sexta-feira, 19 de setembro de 2014

...

Meu universos é diferente dos demais, não aceito histórias pelas metades, sou exigente e amante do infinito, meus pensamentos são violentos e espancam meu interior. Tenho saudades constantes, mas não sei exatamente de quem, ou do que. Vivo na angustia da espera por algo incerto, quero tudo, quero o mundo, e daqui a dois minutos já não quero nada. Não sei quem sou, o que faço, me sinto um reflexo de algo abstrato. Ando perdido, sem norte, sem bússola, sem estrela guia , sem céu. Passo um bom tempo olhando nos meus próprios olhos, buscando respostas que tragam sentido. Talvez eu seja o sonho de alguém, que depois de um longo dia cansativo, deitou, mas em vida nunca me encontrou. Aqueles que me vêem diariamente mal sabem que a dor, na minha porta bateu, e na minha alma se alastrou como fogo que inflamou e destruiu tudo por onde andou

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Eu queria uma luz, alguma coisa que mostrasse que eu já posso seguir sem precisar de uma mão pra me ajudar atravessar a rua. Eu só queria saber se estou acertando os passos mesmo com tantos tropeços. A vida é assim mesmo? Será que eu consigo? Vem me dar um empurrãozinho de vez em quando e um colo pra chorar de vez em sempre. Se você estiver me ouvindo agora, um dia me leva pra conhecer a sua casa? Quero saber se foi pra um lugar melhor do que ao meu lado. Aparece aqui qualquer dia, mesmo se eu não puder te ver ou te ouvir. Eu sempre vou saber onde você está, até mesmo se for naquela brisa que balança os meus cabelos mostrando a direção em que preciso ir. Mostrando o novo caminho que eu preciso seguir.
Ela está sempre quieta, olhando para o nada, como se esperasse por alguma coisa e ao mesmo tempo não esperasse. Deve haver um meio termo entre as duas coisas, não sei. Ela é um mistério para mim, e para ela também, pelo que pude notar nas nossas poucas conversas. Ela me olha como se eu fosse o único cara do planeta, e eu só tenho coragem para sustentar o olhar por cinco segundos, no máximo, até virar o rosto e tentar imaginar o que ela está pensando. Eu não tenho medo dela, nem ela de mim, temos medo mesmo é de não sabermos o que fazer com isso que surgiu do nada. E que, talvez, não passe disso. Temos medo de não saber o que fazer com o que há de se fazer. Medo de fazer o necessário sem conseguir fazê-lo necessariamente correto. Esse medo incomum que impregna nossos olhares por poucos segundos é o mesmo medo de não conseguirmos nunca mais impregnar esse olhar sem sentir aquela pontinha de desejo um pelo outro por muito tempo. Temos medo de não sermos o que éramos antes disso, e acabar nos transformando em personagens secundários do nosso próprio filme – da nossa própria vida. Temos medo de não conseguir ter medo da solidão proporcionada pela ausência do outro, de saber o que dizer e não conseguir dizer, de saber como agir e não conseguir agir. O desconhecimento mútuo que nos provoca essa sensação de inquietação, é o que nos leva a crer que, lá no fundo, o medo não passa de um probleminha infantil que pode ser resolvido por um entrelaço das nossas mãos tão proporcionalmente desiguais e a união dos nossos lábios que esperam serem beijados agora, nesse instante, enquanto nossos pensamentos se encontram – inebriantes e distantes do mundo, num lugar só nosso, eu e ela, assistindo um daqueles seriados que assisto, ou lendo algum livro que estava empoeirado na estante. Esse medo involuntário é o mesmo que já estava em coma há anos, e agora acabou voltando à vida por uma recíproca dilatação de pupilas, que, até então, não foi assumida, pois estamos tão acostumados a ter medo, que temos medo de não tê-lo mais. O medo é o que nos mantém vivos, já dizia algum filósofo de botequim. Eu tenho medo de conseguir me manter vivo sem ela.
— Junior Lima.